Em
12 de janeiro de 1946, dava-se a posse do tenente Sebastião de Souza Revoredo
como prefeito de Mossoró, nomeado por ato do interventor federal do Estado.
Nascido
a 7 de janeiro de 1917, em Barreiros, município de São Gonçalo do Amarante
(RN). Estudou em Natal, ingressando nas fileiras da Polícia Militar no ano de
1934. No ano seguinte, tomou parte como um dos defensores do Quartel da
Polícia, durante a chamada Intentona Comunista, combate do qual saiu levemente
ferido.
Já
no posto de primeiro-tenente, foi ajudante de ordens do governador Dix-sept
Rosado e, após o falecimento deste, continuou no posto durante a gestão de
Sílvio Pedrosa. Foi comandante do Batalhão da Polícia em Natal e em Mossoró.
Depois passou para o quadro da reserva remunerada da Polícia Militar, no posto
de coronel, e ocupou função de chefia no corpo administrativo da Assembleia
Legislativa em Natal.
Em
1946, foi nomeado pelo interventor do Estado do Rio Grande do Norte, Seabra
Fagundes, prefeito de Mossoró, em substituição ao bacharel Francisco de Assis
Viana.
Assumiu
a 12 de janeiro de 1946, mas permaneceu no cargo por pouco mais de um mês,
apenas até o dia 19 de fevereiro do mesmo ano, quando solicitou exoneração.
Foi, portanto, o prefeito de menor permanência no exercício. Lauro da Escóssia,
no seu livro “Cronologias Mossoroenses - Quando, como e onde aconteceram os
fatos... - Coleção Mossoroense - Volume CLXXXII - 1983”, afirmou: "Mesmo
assim, em tão curto prazo, foi possível aquele militar conduzir a etilidade sem
nenhum entrave ao progresso da cidade".
Em
tão curto período, não teve como realizar nenhuma obra. A bem dizer, não teve
tempo sequer para conhecer a rotina administrativa. Limitou-se aos trabalhos de
manutenção da ordem pública, e se deu por satisfeito.
Eram
tempos difíceis. O mundo ainda sentia as consequências da 2.ª Guerra Mundial,
que havia acabado no ano anterior. O Brasil vivia um período de agitação
política sem precedente. Em janeiro de 1938, deveriam ocorrer as eleições
presidenciais. Porém, alegando a existência de um suposto plano comunista
(Plano Cohen) e aproveitando o momento de instabilidade política pelo qual
passava o país, Getúlio Vargas deu um golpe de estado em 10 de novembro de
1937. Vargas contou com o apoio de grande parte da população (principalmente da
classe média, com medo do comunismo) e dos militares. Começou assim um período
ditatorial. Com o final da 2.ª Guerra Mundial (1945) e a derrota das nações fascistas,
a opinião pública começou a contestar o regime ditatorial varguista.
Intelectuais, artistas, profissionais liberais e grande parcela do povo queriam
a volta da democracia ao país. A pressão para a renúncia de Vargas aumentava a
cada dia. No dia 29 de outubro de 1945, um movimento militar, liderado por
generais, depôs do poder Getúlio Vargas. Foi substituído provisoriamente pelo
ministro José Linhares, que assumiu o cargo com o compromisso de promover a
volta do país ao regime constitucional. Fez várias reformas na administração
pública e fez voltar o regime dos partidos políticos. Com essas medidas,
através das eleições, os interventores seriam substituídos por governadores
eleitos pelo povo. Durante o período de transição, mais de dez prefeitos de nomeação
passaram pela Prefeitura de Mossoró em períodos curtos, como foi o de Sebastião
Revoredo.
Sebastião
de Souza Revoredo faleceu em Recife (PE), a 9 de abril de 1988. Quando do seu
falecimento, o jornalista Canindé Queiroz assim registrou: "Faleceu nas
primeiras horas da noite de ontem o coronel Sebastião Revoredo. Vale a
lembrança de que o extinto foi prefeito de Mossoró e delegado regional por
longo período. A morte veio encontrá-lo como graduado funcionário da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Norte."
Em
agradecimento aos serviços prestados, Mossoró emprestou seu nome a uma artéria
da cidade, colocando-o assim na Galeria de Honra dos Grandes Vultos de Mossoró.
FONTE – GERALDO MAIA, O
MOSSOROENSE